28 Out 2016
Em novembro de 2015, o instituto havia divulgado uma estimativa de 5.835 km² de supressão de floresta para o Prodes 2015. Segundo o Inpe, a taxa consolidada foi calculada com base em 214 imagens de satélite. Já a taxa estimada estava baseada em 96 imagens, selecionadas de modo a cobrir a área onde foram registrados mais de 90% do desmatamento no período anterior e também os 43 municípios prioritários para a fiscalização. Segundo o representante do Inpe, Dalton Valeriano, há quatro anos a taxa está oscilando em torno dos 5 mil km². \"É um limite que precisamos atravessar. Novas iniciativas precisam ser tomadas ou não vamos alcançar a meta até 2020\", disse. A meta no âmbito do Programa de Prevenção e Combate ao Desmatamento da Amazônia (PPCDAm) é chegar em 2020 desmatando menos que 4 mil km². Em 2004, quando o programa foi criado, o Brasil desmatou 27.772 km² de floresta da Amazônia Legal. O Pará ainda é o Estado que lidera o aumento do desmatamento na Amazônia Legal. A taxa para o estado subiu 14%, com uma supressão de 2.153 km² de floresta entre agosto de 2014 a julho de 2015. Entretanto, para Valeriano, Mato Grosso e Amazonas são os Estados que merecem atenção. \"O que me preocupa são o retorno lento mas constante da taxa no Mato Grosso e a ascensão no Amazonas. São pequenas, mas são novas frentes de desmatamento\", disse, pedindo atenção das autoridades para esses Estados. Valeriano cita novas frentes de desmatamento, principalmente no Amazonas, como ao longo da Transamazônica e nas regiões dos municípios de Lábrea, Apuí e Manicoré. O desmatamento no Estado subiu 42% entre 2014 e 2015. A taxa, que era de 500 km², foi para 712 km². Já no Mato Grosso a taxa de desmatamento subiu 49%, de 1.075 km² para 1.601 km². O Prodes computa como desmatamento as áreas maiores que 6,25 hectares onde ocorreu remoção completa da cobertura florestal - o corte raso. O representante do Inpe disse que os dados estimados do Prodes 2016 serão apresentados em breve. Combate ao desmatamento Os dados consolidados do Prodes 2015 foram apresentados hoje durante um seminário no Ministério do Meio Ambiente (MMA) que vai reunir, até amanhã, representantes de governos, jornalistas, cientistas e sociedade civil organizada para debater sobre onde está o problema e quais são os possíveis caminhos para frear o desmatamento na Amazônia Legal. Segundo o secretário de Mudanças Climáticas e Qualidade Ambiental do MMA, Everton Lucero, é importante que os Estados forneçam dados regulares e atualizados das autorizações para desmate legal de vegetação. A atual taxa de desmatamento não diferencia o ilegal daquele feito com autorização dos órgãos estaduais. Para Lucero, além de combater o desmate ilegal é preciso promover políticas para reduzir a supressão legal sem prejuízo para a economia. Durante o seminário, serão debatidos ainda as taxas de desmatamento em locais específicos, como nas terras indígenas, áreas privadas, unidades de conservação e assentamentos da reforma agrária. \"Cada tipo de categoria territorial representa um desafio específico que precisa ser enfrentado na sua especificidade\", disse o secretário. De 2012 a 2015, por exemplo, 94% do desmatamento em Roraima foi em assentamentos e glebas federais; no Mato Grosso, 72% foi em áreas privadas; no Amapá, 23% das unidades de conservação foram desmatadas; e no Pará, 39% do desmatamento foi em glebas nesse período. Durante o seminário, o MMA também quer colher subsídios para a construção da nova fase do PPCDAm. Nove Estados compõem a Amazônia Legal: Acre, Amapá, Amazonas, Maranhão, Mato Grosso, Pará, Rondônia, Roraima e Tocantins.
Leia a notícia completa28 Out 2016
Políticos, fornecedores e cidadãos precisam, muitas vezes, tomar decisões difíceis sobre como negociar esses três recursos. No debate alimentos versus combustíveis, por exemplo, a pergunta a ser feita é: será que fazendeiros deveriam reservar terras para a produção de alimentos ou para a produção de biocombustíveis que podem ser convertidos para geração de energia? Em tempos de crescimento populacional e rápida urbanização, é fundamental considerar essa complexa e muitas vezes difícil relação entre alimentos, água, e geração de energia. O número de pesquisadores que falam sobre essa relação ou \"nexo\" vem aumentando. Porque esse nexo deve ser bem balanceado para atingir as metas de desenvolvimento sustentável. De fato, essa é a realidade do Brasil, que ocupa uma posição significativa como produtor de alimentos e na geração de energia para o mercado global. Nós já sabemos que intervenções em escalas variadas - da nacional à local - são necessárias para reduzir significativamente os impactos resultantes do mau manejo de recursos de água e energia. Contudo, pesquisas recentes sobre a conexão entre alimentos-água-energia tende a focar em uma escala maior: em assuntos de governabilidade desse nexo e em flutuações no que diz respeito à alimentos, água e combustíveis dentro e entre cidades. Ainda que esse tipo de pesquisa seja vital, é também fundamental focar na forma como diversos grupos sociais entendem, vivem e participam dessa conexão em sua rotina diária. Os desafios que o nexo alimentos-água-energia enfrenta no contexto brasileiro são agravados por pobreza e desigualdade. Em particular, crianças e pessoas jovens são as mais vulneráveis às ameaças nesse nexo. Jovens excluídos Mesmo com a redução geral da pobreza nos anos 2000, os jovens foram colocados de lado nessa figura. Em 2006 40% (4,2 milhões) jovens de idade entre 15 e 17 anos viviam em situação de pobreza. Da mesma forma, enormes disparidades existem no acesso de crianças e jovens a um saneamento efetivo, água e eletricidade. Hoje, essas disparidades continuam, com algumas estimativas de que metade dos jovens no Brasil ainda vivem em situação de pobreza. Ao mesmo tempo, pesquisas em outros países têm demonstrado que crianças e jovens podem ser importantes agentes de transformação. Eles são resilientes, engenhosos e criativos em formular soluções de enfrentamento à pobreza e ameaças a escassez de alimentos, água e energia. Há uma urgência enorme para entender o papel de crianças e jovens na proteção da oferta de alimentos, água e energia no Brasil e suas experiências cotidianas na \"ameaça ao nexo\". Nós também temos que entender mais sobre como esses grupos aprendem sobre a correlação entre comida, água e energia - na escola, no trabalho ou dentro de casa. Uma pesquisa com enfoque em pessoas jovens, educação e o nexo é essencial para assegurar o bem-estar humano e o desenvolvimento no futuro. Em busca de respostas O projeto (Re)Connect the Nexus vai estudar essa preocupação. Está prestes a iniciar uma pesquisa envolvendo 5 mil crianças e jovens, com idades de 10 a 25 anos, na área metropolitana do Rio Paraíba do Sul e na da costa norte do Estado de São Paulo. Mais importante, essa pesquisa e uma colaboração interdisciplinar entre cientistas sociais e engenheiros, constituindo um passo para a mudança na compreensão de realidades do dia-a-dia na correlação entre alimentos-água-energia. Ela vai nos permitir entender os problemas, oportunidades e soluções que crianças e pessoas jovens enfrentam em seu cotidiano. Os resultados do projeto irão informar políticas públicas de diversos setores - desde planejamento urbano e transporte, a educação e inclusão de jovens em processos participativos. Esse é o sétimo de uma série de artigos publicada pela BBC Brasil em parceria com o Urban Transformations Network e o UK Economic and Social Research Council (UT-ESRC) sobre presente e o futuro das cidades brasileiras. Os artigos publicados não traduzem a opinião da BBC. *Colaborou para a versão em português Andreza Aruska de Souza Santos. BBC BRASIL.com - Todos os direitos reservados.
Leia a notícia completa28 Out 2016
O desmatamento foi, segundo o estudo, o principal responsável pelo aumento, o que contrariou a tendência de queda no lançamento de poluentes, esperada em um ano de recessão, com retração de 3,8% do Produto Interno Bruto (PIB). As emissões por mudanças no uso da terra cresceram 11,3% em 2015. A transformação de áreas de mata em pasto ou plantações representa 46% das emissões brasileiras. Nesse sentido, o observatório destaca que o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais apontou para um aumento de 25% na taxa de desmatamento na Amazônia em 2015 em relação ao ano anterior. Energia O setor de energia, responsável por 24% das emissões no país, registrou queda de 5,3% no lançamento de poluentes em 2015. Além da redução do nível da atividade econômica, o estudo aponta para o aumento do uso de energias renováveis como um dos fatores que levaram à redução. Houve, segundo o levantamento, uma queda de 7,1% no consumo de diesel, devido à diminuição no transporte de cargas ocasionado pela crise. O consumo de etanol e gasolina permaneceu estável. No entanto, o balanço indica uma substituição no uso do fóssil pelo renovável, com aumento de 18,6% do uso de etanol e queda de 9,4% no consumo de gasolina. Com isso, as emissões relacionadas ao uso de combustíveis caíram 7,4%. A agropecuária, terceira maior responsável pelas emissões no Brasil, com 22% do total de CO2, praticamente não variou em 2015, com um aumento de apenas 0,6% em comparação com o ano anterior. As emissões industriais (5% do total) tiveram queda de 1,2% no ano passado. A poluição resultante da disposição de resíduos, que representa 3% do CO2 brasileiro, teve ligeira elevação de 0,3%.
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