16 Abr 2015
São Paulo – Se continuar no ritmo que está, a universalização de coleta de esgoto no Brasil só ficará pronta em 2060. Já a unificação do abastecimento de água deve acontecer um pouco antes, em 2036. Isso foi o que apontou uma auditoria realizada pelo Tribunal de Contas da União (TCU) nos convênios feitos entre o Ministério das Cidades e municípios com mais de 50 mil habitantes para obras de saneamento. De acordo com o levantamento, somente 43 contratos firmados em 2007 (ano de início do programa) resultaram em obras concluídas. Dos 491 contratos fiscalizados pelo TCU, 57,6% deles foram considerados não adequados, ou seja, eles estão atrasados, paralisados ou nem foram iniciados. As obras analisadas pelo TCU fazem parte do programa do governo “Serviços Urbanos de Água e Esgoto” e totalizam 10,4 bilhões de reais. A auditoria, segundo o próprio Tribunal, tem o objetivo de identificar problemas que provocam atrasos e descompassos no andamento das obras. “O TCU identificou deficiência nos projetos de engenharia formulados pelos proponentes, bem como falhas de diversas naturezas no processo de contratação de empresas para execução dos empreendimentos”, afirmou a instituição em nota. Ainda de acordo com o TCU, a concentração dos convênios por ocasião do lançamento das etapas do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) faz com que estados e municípios apresentem propostas às pressas, o que leva, muitas vezes, a projetos sujeitos a frequentes e necessárias revisões durante a execução das obras. “Os problemas não têm causa preponderante na insuficiência de recursos alocados às ações do programa, mas em outras áreas que têm dificultado a aplicação dos recursos destinados à área de saneamento”, disse Weder de Oliveira, ministro-substituto, para o relator do processo, em comunicado. Saneamento é raridade no Brasil O índice de desenvolvimento de saneamento do Brasil está abaixo da média em relação a outros países América do Sul. O país possui índice de 0,581 enquanto a média é de 0,594, segundo dados do Instituto Trata Brasil levantados em parceria com o Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável. Outro dado que aponta a necessidade de o país avançar em obras de saneamento é o de desperdício de água limpa. De acordo com estudo da Fundação para Pesquisa e Desenvolvimento da Administração, Contabilidade e Economia, a perda média por aqui é de 37,6%, já em países desenvolvidos é de 10%. Diante desse cenário, o TCU determinou ao Ministério das Cidades a elaboração de plano para diminuir as causas de atrasos, paralisações e retardo no início das obras de saneamento básico.
Leia a notícia completa16 Abr 2015
São Paulo – A preocupação com o meio ambiente e o reforço de leis estão ampliando o mercado de consultorias especilalizadas e gerando receitas vultosas. O setor movimentou cerca de US$ 27,4 bilhões em 2012, com um crescimento de 3,6% em relação ao ano anterior. Os dados são de uma pesquisa da firma Enviroment Analyst, especializada em balanços da área. Segundo o estudo, divulgado este mês, o mercado global de consultoria ambiental tem previsão de chegar aos US$ 31,7 bilhões em 2017. Vinte e duas empresas lideram essa indústria. Em conjunto, elas representam 44% do total do mercado, diz o relatório. No topo da lista está a consultoria americana CH2M Hill. A empresa integrou o consórcio responsável pelo planejamento, design e construção da infraestrutura dos Jogos Olímpicos de Londres 2012, que pleiteava o título de evento mais verde do tipo já realizado. Além dela, compõem a lista de 10 maiores consultorias da área a Tetra Tech, URS, Golder Associates, AECOM, Environmental Resources Management, Arcadis, AMEC Environment & Infrastructure, MWH Global e Cardno. Veja no gráfico abaixo quem são as três empresas dominantes em cada região: Enviroment Analyst Continuando a lista, aparecem ainda a Grontmij NV, RPS Group, SKM Consulting, ENVIRON, WorleyParsons, WSP Environment and Energy/GENIVAR, Parsons Brinckerhoff, ICF International, Mott MacDonald, ATKINS, SLR e Coffey International. Serviços em alta Existe uma ampla área de atuação para as consultorias ambientais. Mas são os serviços de descontaminação de terrenos os mais demandados. O trabalho de descontaminação responde por 29% da receita do setor, à frente da quota de 24% detida pela água e gestão de resíduos. Avaliação de impacto ambiental e do desenvolvimento sustentável ficam com mais 17%, enquanto a gestão ambiental representa pouco mais de 15%. Mudanças climáticas e os serviços relacionados com a energia gerada respondem por mais de 9,4% do total.
Leia a notícia completa16 Abr 2015
O presidente reeleito do Consórcio dos Rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí (PCJ), Reinaldo Nogueira, defendeu, nesta sexta-feira (20), que a nova outorga do Sistema Cantareira estabeleça o aumento na vazão de água enviada para as cidades do interior de São Paulo. Atualmente, as regras preevêm até 5 m³/s e ele pretende pedir que chegue a 12 m³/s com a renovação do acordo, prevista para este ano. A chuva minimizou os prejuízos da escassez hídrica, mas a situação ainda é crítica diante da estação de seca que começa com mais força em maio e vai até setembro. Isso porque o Cantareira só conseguiu recuperar a segunda cota do volume morto, e operava com apenas 16% da capacidade total nesta sexta-feira. Renovação da outorga \"Nós somos favoráveis à renovação [da outorga] ainda para este ano. Acho mais fácil, atendendo à legislação, tendo bom senso nas questões hídricas reais\", explicou Nogueira, que também é prefeito de Indaiatuba (SP), ao ser questionado sobre a possibilidade de prorrogação do documento. A atual licença foi concedida à Sabesp em 2004 e venceu no ano passado. Por causa da crise hídrica na região sudeste do país, entretanto, uma resolução conjunta da Agência Nacional de Águas (ANA) e do Departamento de Águas e Energia Elétrica (Daee) determinou ampliação do prazo até outubro de 2015. Embora o início das discussões acirradas sobre a renovação da outorga estejam previstas para abril, Nogueira adiantou que o PCJ irá reivindicar aumento de vazão do Sistema Cantareira aos rios da região de Campinas, com intuito de amenizar crise de abastecimento nos municípios.Interior x capital A atual outorga determina vazão primária de 3 m³/s (mínima necessária para suprir a região) e secundária de mais 2 m³/s (\"reforço\" para os períodos de estiagem) para a região das bacias do PCJ. Já em relação à Sabesp, a vazão primária corresponde a 24,8 m³/s e a secundária é de 6,2 m³/s. Com a escassez, entretanto, a região do PCJ recebeu nesta sexta-feira 0,45 m³/s, enquanto que a Grande São Paulo teve 14,4 m³/s. \"É um pouco prematuro, mas podemos estimar o que precisamos para o futuro [...] Nós estamos reivindicando 12 m³/s [primária e secundária], que é a necessidade exigida pela bacia. Dentro do acordo, precisamos ter consciência de que se não tiver, a quantidade que vamos receber seja proporcional o que a capital paulista receberá. Precisamos buscar consenso\", falou.Outorga este ano? O presidente da ANA, Vicente Andreu, não descartou nova prorrogação para outorgar ser renovada. Ele também defendeu mecanismos que permitam revisões nos próximos acordos do Sistema Cantareira mesmo durante o período em que está em vigor.
Leia a notícia completa